O Efeito Dominó na Fórmula 1: A Saída Definitiva de Horner da Red Bull e o Nascimento de Novas Ambições na Sauber

O panorama da Fórmula 1 continua em constante mutação, não apenas pela troca de pilotos, mas também por reestruturações chave na liderança das equipas. Os acontecimentos recentes são uma prova clara disso: enquanto a Red Bull apaga os últimos vestígios do seu antigo líder, Christian Horner, a equipa Sauber, pelo contrário, fortalece-se com talento experiente vindo precisamente da equipa campeã, construindo um projeto ambicioso para o futuro.

Fim de uma Era: Red Bull Apaga os Últimos Vestígios de Horner

Pouco mais de um mês após o seu mediático despedimento do cargo de chefe de equipa da Red Bull, o nome de Christian Horner foi formalmente removido de todos os registos oficiais das empresas do grupo sediadas no Reino Unido. Este passo administrativo põe um ponto final numa era de vinte anos que transformou a equipa austríaca numa força dominante no campeonato.

Apesar de a saída de Horner ter sido anunciada a 9 de julho, com o francês Laurent Mekies a assumir o seu lugar em Milton Keynes, Horner mantinha-se, do ponto de vista legal, como diretor em várias estruturas vitais. Estas incluíam não só a equipa de corridas Red Bull Racing, mas também a divisão tecnológica Red Bull Technology e as subsidiárias responsáveis pelas unidades motrizes: a Red Bull Powertrains (que gere os motores Honda) e a Red Bull Powertrains 2026 (que desenvolve o motor da próxima geração em colaboração com a Ford).

Segundo a publicação Autosport, o grupo Red Bull concluiu recentemente todas as formalidades necessárias no registo comercial britânico, o que significa um corte total e definitivo das relações. Acredita-se que a demora no processo esteve relacionada com a finalização de um acordo financeiro. Este ato encerra um capítulo histórico que levou a equipa a conquistar títulos com Sebastian Vettel na década de 2010 e com Max Verstappen na década de 2020.

Um Novo Desafio: Como os Veteranos da Red Bull Constroem um Projeto Ambicioso na Sauber

Enquanto uma porta se fecha, outra abre-se. Ao mesmo tempo que a Red Bull se despede do seu passado, a equipa Sauber constrói ativamente o seu futuro, apoiando-se em ex-colaboradores de Milton Keynes. Uma das figuras centrais neste processo é Jonathan Wheatley, antigo diretor desportivo da Red Bull, que vê na Sauber um enorme potencial, impulsionado pelo trabalho que o CEO da estrutura, Mattia Binotto, já tinha iniciado antes da sua chegada.

“Se olharmos para o ponto em que estávamos em abril, a equipa de corrida fez progressos enormes em termos de comunicação e estrutura organizacional”, partilha Wheatley. “E ainda não terminámos. Continuo a tentar montar uma equipa à minha volta que funcione como eu idealizo, para ter mais liberdade para implementar as minhas ideias.”

Ele destaca que, na fábrica de Hinwil, o trabalho para analisar os problemas do monolugar C45 e encontrar soluções já estava em pleno andamento. “Como podem imaginar, o Mattia [Binotto] não esteve parado. Hoje, sinto um impulso crescente em todas as áreas. Isto é absolutamente essencial quando se pretende transformar uma equipa mais pequena numa estrutura ambiciosa. É crucial mantermos esta dinâmica.”

Recalibrar o Sucesso: Do Domínio à Alegria por um Pódio

A transição de uma equipa habituada a vitórias para uma estrutura onde cada ponto conquistado é uma celebração forçou Wheatley a reavaliar o próprio conceito de sucesso na Fórmula 1. O pódio de Nico Hülkenberg em Silverstone, o primeiro da equipa desde 2012, foi para ele uma verdadeira revelação.

“Estes são marcos fundamentais no nosso percurso. É curioso, sentado no ‘pit wall’ em Silverstone, eu estava na minha zona de conforto: lutávamos por um pódio, a estratégia estava controlada”, recorda. “Conseguimos um excelente terceiro lugar. Falei com o Nico pelo rádio e, quando me virei, vi toda a gente a explodir de alegria! Foi nesse momento que percebi a dimensão daquela conquista para a equipa. Vindo de onde venho, é preciso reajustar as expectativas e celebrar cada passo em frente.”