O Mundial de Ralicross despede-se este fim-de-semana daquele que é considerado o ‘berço’ da modalidade, a pista de Lydden Hill no Reino Unido que tem como particularidade poder ser integralmente vista a partir de um único ponto. Sinais dos tempos, uma vez que o campeonato ruma a Silverstone a partir do próximo ano, cujas infraestruturas são melhores e mais modernas do que o histórico palco do ralicross.
Foi em Fevereiro de 1967 que se realizou o primeiro evento de ralicross, precisamente em Lydden Hill, idealizado por Robert Reed, produtor de um programa televisivo desportivo. Possivelmente não estaria ciente da popularidade que a modalidade atingiria rapidamente, uma vez que em 1969 ocorreu o primeiro evento estrangeiro na Holanda e em 1971 aconteceu o Scandinavian Rallycross na Suécia (um dos países nórdicos em que o ralicross se tornou bastante popular).
O primeiro campeonato europeu sob a chancela da FIA aconteceu em 1976 e o campeão foi Franz Wurz. A partir de 1978 foram suecos e noruegueses a exercer o domínio no campeonato europeu – desde então só em três ocasiões o título da principal categoria não ficou nas mãos de um piloto oriundo desses países. No entanto, só em 2013 é que o ralicross ganhou um Mundial FIA, dois anos depois de ter sido também exportado com notabilidade para os Estados Unidos com o Global Rallycross.
O actual líder do Mundial de Ralicross e vencedor da ronda do ano passado em Lydden Hill, Mattias Ekström, falou das suas recordações sobre a pista britânica: “Este ano estarei pela terceira vez na grelha em Lydden Hill e as corridas têm sido sempre muito divertidas – especialmente os meus duelos com o Petter Solberg são lendários”.
O sueco referia-se, por exemplo, à luta que travou com o norueguês no ano passado, na qual levou de vencida por pouco mais de um segundo: “Não tivemos um fim-de-semana fácil. Na Q1 tivemos problemas de motor e na Q4 tive um furo. Mantive-me tranquilo, geri os pneus nas meias-finais e na final e tive a sorte suficiente para conseguir a vitória”, recordou.
Para a despedida de Lydden Hill, o Mundial de Ralicross tem uma lista de 24 inscritos, na qual não faltam naturalmente os principais pilotos do campeonato – como Ekström, Solberg, Sébastien Loeb ou Johan Kristoffersson. A acção começa no sábado com os primeiros treinos às 10h00 e culmina no domingo com a finalíssima do Mundial de Ralicross após as 15h00.