Depois de uma passagem fugaz pela Europa, para cumprir duas provas em Imola e Montecarlo, com vitórias para cada um dos pilotos da McLaren, Ayrton Senna e Alain Prost, a Formula 1 atravessava de novo o Atlântico para correr em altitude, no meio da Cidade do México, no Autodromo Hermanos Rodriguez, um traçado com muitas ondulações, devido ao solo argiloso e propenso a sofrer terramotos.
Por estas alturas, Alain Prost era o líder, com 24 pontos, dez a mais do que Gerhard Berger, o segundo. Ayrton Senna era terceiro, apenas com nove pontos, e Nelson Piquet estava no quarto lugar, com oito. Contudo, o resto do pelotão sabia que não podia ter muitas ilusões: os McLaren eram os melhores, e eles só poderiam aspirar a migalhas…
Os treinos foram dominados pela McLaren, com Senna e Prost a esgrimirem-se quem ficaria com o melhor tempo. Acabou por ser Senna, com um tempo um segundo superior à pole-position que Nigel Mansell tinha conseguido um ano antes. Logo atrás, ficou o austríaco Gerhard Berger, no seu Ferrari, e o Lotus de Nelson Piquet. Na terceira fila, ficou o Ferrari de Michele Alboreto e o segundo Lotus de Satoru Nakajima. Eddie Cheever era o sétimo, no seu Arrows, seguido pelo Benetton de Alessandro Nannini, e a fechar o “top ten”, o segundo Arrows de Derek Warwick e o March-Judd de Ivan Capelli.
O Eurobrun de Stefano Modena foi excluído devido a não ter ido a um controlo de peso, e os quatro não qualificados foram os Tyrrell de Julian Bailey e Jonathan Palmer, o Osella de Nicola Larini e o Minardi de Adrian Campos. Iria ser a última corrida do piloto espanhol, que iria ser subsituido em Detroit por Pierluigi Martini.
Os treinos tinham sido marcados por um acidente pavoroso: na saída da Curva Peraltada, o Lola de Philippe Alliot perdeu o controle e embateu com força no muro das boxes e desintegrou-se completamente, à excepção da célula de sobrevivência, o que salvou o piloto francês. Apesar de combalido, o piloto recuperou rapidamente, o carro foi reconstruido… e fez parte da corrida! Contudo, um problema de suspensão fez com desistisse logo na primeira volta.
No Domingo, dia da corrida, a primeira partida fora abortada quando o Benetton de Alessandro Nannini ficou parado momentos antes de se acender o sinal verde. Teve que ser feita nova largada, e aí, os McLaren foram para a frente, com Prost no primeiro lugar, e Senna um pouco para trás, ultrapassado por Nelson Piquet. Mas poucas voltas depois, conseguiu ultrapassar o piloto da Lotus e partiu em perseguição a Prost. Mas nesse dia, o francês estava implacável.
Entretanto, no terceiro posto, depois de passar Nelson Piquet, Gerhard Berger estava a apanhar Senna quando o indicador de combustivel começou a acender-se, avisando que tinha pouca gasolina, e teve que ir às boxes. Afinal, a avaria era… do indicador, pois tinha ainda muito no depósito. Voltando à pista no quarto posto, pouco tempo depois ascendeu ao terceiro lugar, quando Nelson Piquet encostou ao muro na volta 58 devido a um motor rebentado.
No final, a McLaren comemorava mais uma dobradinha, com Prost no primeiro lugar, seguido de Senna, e com Berger em terceiro. Nos restantes lugares pontuaveis, ficaram o Ferrari de Michele Alboreto, e os Arrows de Derek Warwick e o seu companheiro de equipa, Eddie Cheever, todos com uma volta de atraso sobre o vencedor.